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quarta-feira, 18 de julho de 2012

professor em ascensão


São Paulo, 07 de março de 2012

Não sei onde ouvi, mas acho que alguns de vocês  podem me ajudar a recordar, pois recordar é viver e reviver todos os sentimentos e lembranças escondidas dentro de nossa memória.
Lembro como se fosse hoje o dia que me entendi por gente e descobri que poderia ser mais um ou único, mas como poderia fazer com que meus sonhos se tornassem realidade?
Começarei a minha historia falando de um lugar que percebi que naquele ambiente sim era acolhido e bem recebido, a escola onde vivi até o exato momento, 15 anos da minha vida, as vezes anos mais intensos outrora menos mais vividos... Que a partir dela me deu parâmetros para seguir o estilo de vida encontrado como certo até os dias de hoje.
No meu primeiro dia de aula não sabia ao certo ao certo o que realmente estava fazendo, muito menos o que ia fazer, perdido... Entre centenas de outros quando ouço ecoar um barulho ensurdecedor por cerca de 20 segundo e parar repentinamente uma correria e uma bagunça tremenda onde alguns alunos se arrumavam em fileiras, não entendia assim não movi um músculo para tentar solucionar esse quebra cabeça, permanecendo parado até que algo acontecesse, até que veio uma pessoa falando. “já pra sala, vamos todos pra sua sala agora vamos, vamos....!!!!” ai começa minha busca pelo conhecimento.
Depois disso lembro vagamente de algumas coisas como as brincadeiras sem graça que rolava na sala, a enorme disputa pra ver quem iria ficar na frente junto da professora, a cadeira alta... e nessas disputas percebi que por “buniteza” não iria conseguir muitas coisas, pois negro como sou e na época não era parâmetro de beleza pra ninguém, financeiramente nem pensar pois meus pais trabalhavam e ainda trabalham arduamente para me darem o mínimo de dignidade (família grande essa dignidade tinha que ser repartida) onde o que era certeza de eu ganhar era uma roupa e um calçado (conga, ki chute entre outros) ao final de ano e já juntavam dinheiro pra comprar 2 cadernos onde deveria proteger e guardar com a minha própria vida, quem me conhecesse sabe, se dependesse do meu senso de zelo para sobreviver ,do ponto de vista dos meus pais não tinha passado nem dos 5 anos de idade...
Então resolvi me especializar no eu tinha de melhor, na fala, pois em toda reunião de pais a minha mãe sempre perguntava aquela pergunta que todos os pais perguntam, e o meu filho como está professor (a) e pra minha mãe a resposta era sempre a mesma em todo o ensino fundamental, está bem mas fala muito.
Assim através da retórica tive muitos retornos na época estudantil como a criação de um grêmio, aquisição de amigos que tenho até hoje e algumas coisas mais que vocês já podem imaginar...
Eis que escrevo agora professor dessa excelente escola onde pude vivenciar inúmeros acontecimentos e formar inúmeras histórias.
Baseado em vivencias reais, “subescrevo-me”.
Felipe Valentim dos Reis Santos